2010
CULTURA VISUAL: A reivenção do humano
O III Seminário Nacional de Pesquisa em Cultura Visual teve como tema a para abordar as bricolagens cotidianas, situações contemporâneas que originam novos sentidos para identidade e alteridade, para construções e usos, para pensamentos e representações. Essa proposta alude a situações contemporâneas de bricolagens do viver: grafites que reinventam espaços urbanos, drags que reinventam a alteridade, criações cotidianas que reinventam o erudito e o popular, numa profusão que não cessa de gerar novos sentidos. A idéia é investigar os fluxos entre local e global, centro e periferia e a capacidade das culturas se repensarem diante dos enfretamentos que tais relações lhes provocam. Esse tema nasce das entranhas do nosso programa de PPGCV, das transformações pelas quais tem passado nas investigações abrigadas no deslizante terreno da cultura visual. Nesta terceira edição, além das mesas temáticas dos grupos de pesquisas a) História, teoria e crítica da arte e da imagem, b) Poéticas visuais e processos de criação e c) Culturas da imagem e processos de mediação, o seminário incorporou um GT de narrativas visuais como forma de comunicação. Esse GT integra todas as linhas, e solta fiapos em várias direções. O professor Edgar Franco convidou o professor Elydio (UNESP) para junto comandarem a festa imagética de produção de sentidos: filmes, montagens e outras propostas visuais que incitam diálogos sobre questões da cultura visual, arte, história da arte e da cultura, educação, tecnologia, entretenimento e design. As três linhas se deixam atravessar por grafites, moda, arte digital, ilustração, aprendizagens artísticas, estéticas e culturais dentro e fora dos muros da escola, o cinema, o vídeo, o hip hop, o corpo, a fotografia, a boneca Barbie, a drag e a messiânica. A gravura e os avatares, as HQs e os grupos populares. As linhas ora se tocam, ora se embaralham,mesmo que demarquemos fronteiras entre elas. O tema “reinvenção” implicou nos desafios que tivemos na construção desse evento, que entre planejamentos, frustrações e realizações, a equipe ampliada que ajudou a construí-lo, foi compreendendo que estivemos o tempo todo nos reinventando, nenhuma solução de prateleira nos foi dada. O Pablo pensou o site que o Sérgio construiu e que o Charles repensou e reconstruiu na implementação do mesmo. O site foi pensado para ser de fácil reinvenção, todos os menus e todo o visual podem ser facilmente transformados de qualquer computador. O sistema de avaliação foi pensado para que os professores pareceristas pudessem ter uma visão de todos os trabalhos inscritos e pudessem decidir de acordo com as suas conveniências como dividir esta tarefa. Tivemos ainda a idéia de criar um “fórum de pareceristas” que não vingou. Mas, que sabe no próximo. O aumento do número de trabalhos inscritos para comunicação fez com que chamássemos avaliadores convidados, nosso muito obrigado as professoras Sainy Veloso, Márcia Metran, Teresinha Losada e Lilian Amaral. A inscrição por meio do site permite que conheçamos melhor aqueles que se inscrevem no seminário através dos relatórios que ele gera automaticamente. Com os dados armazenados podemos gerar relatórios para saber a origem dos inscritos, estado, instituição. Recebemos 151 trabalhos das regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste abrangendo representações de todo o território nacional. O site aprendeu muito com seus erros e acertos e já vem sendo aprimorado para o próximo ano. Quando o tema do Seminário veio à tona, a Rosi e o Wolney foram no mercado de Belo Horizonte (CONFAEB 2009) e daí surgiram as primeiras idéias de sacola e identidade visual. Wolney começou, passou a bola para Genilda, para o Alexandre, a Leda opinou e “a coisa” foi nascendo. Numa determinada reunião Jordana e a Agatha começaram uma brincadeira de fazer composições com artesanatos, quinquilharias e objetos do cotidiano tais como santos, celulares e chinelos. Nasceu a imagem do cartaz e do site, que agregou as marcas que o Wolney e a Genilda já haviam desenvolvido anteriormente. Identidade visual resolvida passa por outras decupações nas mãos de Aurisberg e Tales responsáveis pela diagramação deste CD/anais. Os dois chamam o Lucas, que entra no desafio da edição do cd que depois o Gabriel fará a queima. Quem é dono do quê nesse processo? A professora Maristela Novaes professora da FAV e aluna do mestrado um grupo de alunas do Design de Moda no processo da criação da proposta das sacolas, camisetas e bottons. Vieram as costureiras da comunidade para uma oficina de corte e costura, corta daqui, corta de lá, pano não pode sobrar, Dona Geralda não admite desperdício! A sobra vai virar avental e a professora Maristela provoca: “E que tal uma campanha pela alimentação saudável envolvendo o design de moda, o gráfico e as artes plásticas? A silkagem das camisetas e sacolas ficou por conta da Fazdecor da Adriane Camilo. A Genilda criou faixas para marcadores de papel, de tão bonitas uma delas virou a identidade nas nossas correspondências. Foi com uma lamparina de lata que a primeira notícia sobre o III Seminário circulou na lista da ANPAP e foi para vários outros pontos digitais de divulgação. A Luciana Hidemi partiu do que a Genilda havia desenhado e incrementou nosso processo de comunicação enviando periodicamente avisos muito descolados sobre a programação cultural que ia sendo definida. Para abrir o evento, teremos um convidado de honra, o Sr. José Luiz Zagati o criador do “Cinema para todos – Associação Cultural Zagati” numa periferia de Taboão da Serra-SP. Como e porque ele foi convidado? Numa conversa de fim de reunião, a profa. Leda comenta que gostaria de uma fala não acadêmica para a abertura do seminário, a profa. Alice Martins cuja pesquisa de pós-doutorado é catadores de sucata da indústria cultural abre o seu computador e apresenta esse fazedor de sonhos. Paixão a primeira vista e o convite para que ele viesse compartilhar conosco “a experiência mágica de interagir com histórias mostradas pelas luzes em movimento e sons lançados de um projetor para dançar na superfície de um telão” (Alice Martins). Teremos a exposição “Ocupação“ de Zé César, gravurista e professor do nosso programa de Pós-Graduação. Segundo o artista, “Os centros urbanos estão crescendo de forma desordenada, aleatória e caótica”. Além de artista plástico, Zé César também é percussionista da Umbando, banda que se apresentará no dia 09 de junho com um som rítmico e dançante, aglomerando elementos do samba, maracatu, forró, entre outros. Pura reinvenção de ritmos no Centro Oeste brasileiro. Teremos a Rosi Martins performando suas andarilhas e o prof Edgar com seu POSTHUMAN TANTRA – The Cyber Pagelança (Performance Multimídia). Por último, mas não menos importante, o evento abriu inscrições para a participação via web-conferência para os alunos dos cursos de Licenciatura em Artes Visuais na modalidade a distância, outra reinvenção da FAV. Neste III Seminário Nacional de Pesquisa em Cultura Visual – Reinvenção do Humano a discussão sobre arte e cultura visual considera os encontros, e conhecimentos e reconstruções identitárias, na contramão das chamadas tradições “puras”. Estas, se é que um dia existiram foram se diluindo paulatinamente, transformando-se ao longo do processo, gerando um amultiplicidade de formas, orais, neo-escritas, eletrônicas, etc. É dentro desta perspectiva que a discussão sobre cultura visual constitui-se em um valioso campo de interlocução, pois considera as contribuições da antropologia, da história das mentalidades, da psicologia e psicanálise, dos estudos culturais e pós-coloniais, formando um feixe transdisciplinar para a percepção de situações entre-fronteiras. Em nome da comissão do evento (profa. Dra. Rita Andrade e professor Dr. Cleomar) quero agradecer a todos aqueles que contribuíram na invenção dessa reinvenção: ao prof. Raimundo Martins, diretor da FAV e sua equipe, ao prof. Dr. Anselmo Pessoa Neto, Pró-Reitor de Cultura e Extensão, à profa. Dra. Divina Das Dores De Paula Cardoso Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, às instituições: CAPES, IPHAN-GO, CIAR e CERCOMP. Quero agradecer também a equipe da FAVEAD que tanto colaborou nesse processo. A terceira edição do evento celebra o caminhar do nosso Programa de Pós-Graduação em Cultura Visual, coordenado pela professora Dra. Irene Tourinho. Confirma sua capacidade dialógica com outros programas e com outras áreas de pesquisa. Contamina os aprendizes e aspirantes a investigadores. Afirma-se no cenário nacional com portas abertas para outros contextos. Este ano estamos recebendo o prof. Dr. Fernando Miranda da Universidad de la República – Uruguay além dos professores Dr. Fábio José Rodrigues da Universidade Regional do Cariri – URCA, Dra. Teresinha Losada da UNIRIO e a profa. Lilian Amaral do museu aberto BR/. O seminário vem crescendo, intensificando conversas e debates, proporcionando trocas acadêmicas e se consolidando como uma plataforma de discussão e investigação na área. No mais, entoando o mote do cego Aderaldo: é um dedo/ é um dado/ é um dia (pausa) é um dia/é um dado/ é um dedo. E haja prosa… |
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